Tudo sobre a Liga Sagres 2008/2009.
Classificação, resultados, melhores marcadores, crónica das partidas dos 3 grandes, ficha do jogo, apreciação individual aos jogadores, casos de arbitragem, capas de jornais, equipa da jornada e muito mais...
Quadro-resumo contendo os principais lances a nível de arbitragem que suscitaram dúvidas e que podem ter tido influência no resultado. Esta análise é baseada nas opiniões de ex-árbitros internacionais pertencentes ao Tribunal d'O Jogo. Para cada um dos 3 clubes (ditos grandes), existem 4 colunas. Na 1ª, são assinalados os lances que foram ajuízados em seu BENEFÍCIO; na 2ª em que o árbitro ajuízou bem; na 3ª quando a decisão foi PREJUDICIAL; Na 4ª coluna (Influência Resultado) está o resultado da soma das 3 colunas anteriores, sendo levado em conta se essas decisões (certas ou erradas por parte dos árbitros) foram traduzidas em perda ou ganho de pontos (surgirá, em caso de terem sido prejudicados: -3, -2 ou -1; caso não tenha havido influência: 0; e caso tenham sido benefeciados: +1, +2 ou +3).
FC
PO
RTO
Influência
SP
ORT
ING
Influência
BE
NFI
CA
Influência
Benef.
Certo
Prej.
Resultado
Benef.
Certo
Prej.
Resultado
Benef.
Certo
Prej.
Resultado
1ª Jorn
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0
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0
**
0
2ª Jorn
***
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0
?
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0
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***
0
3ª Jorn
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+2
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0
4ª Jorn
0
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0
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5ª Jorn
SALDO
+2
0
0
Classificação CASOS da BOLA: (Pontuação real+SALDO) 1ºFCPorto- 10 pontos 2º Sporting- 9 pontos 3º Benfica- 8 pontos
Se houve ou não peito feito do Sporting no jogo de ontem, como Quique Flores pensou ter percebido no discurso de Paulo Bento, talvez só a análise a um ou outro jogador possa dizer ao certo, mas houve um peito desfeito: o do candidato que perdeu na Luz setenta por cento do ar que trazia dentro. E é justo concluir também que não se limitou a perder, também ganhou: um adversário para o título com que nem ele nem talvez ninguém, excepto alguns benfiquistas, estivesse realmente a contar.
Sete jogadores do onze inicial do Benfica chegaram esta época. Dois jogadores do Sporting, sendo um deles Rochemback - que é tão novidade para o Sporting como João Moutinho - não estavam na equipa do ano passado. Desta diferença fundamental, juntando-lhe treinador novo e uma dupla de centrais com 19 anos, partia o dérbi. Isso toda a gente sabia; o que não se podia esperar é que fosse ela, a diferença, a partir o dérbi. Pela espinha.
Preferindo Postiga a Derlei, talvez por poder esperar mais velocidade do primeiro, Paulo Bento apontou, literalmente, ao espaço entre Sidnei e Miguel Vítor. Aos trinta segundos, Miguel Veloso já estava a arremessar Djaló, como um torpedo, entre os dois miúdos. O golo esteve a um metro e meio de distância, uma aproximação que, durante quase toda a primeira parte, se foi encurtando e alargando, em desafio às capacidades ainda verdinhas dos dois centrais.
Batia tudo certo com o esperado: as fraquezas do Benfica, a maturidade do Sporting, capaz de fazer cálculos e montar estratégias, e o que os novos recrutas de Quique iam, apesar de tudo, fazendo de bom estragado pelo nervosismo de quem não tem quatro pontos e três de memórias comuns a fortalecer a confiança.
Até Nuno Gomes (19'), o jogador em campo com mais dérbis, conseguiu tocar numa bola de golo feito e atirá-la para uma direcção que a física deve considerar impossível. Mas até ele, nesta equipa, é outra vez um rapazinho, que Quique tem de cuidar, colocando, por exemplo, todo o banco em aquecimento, para esconder que prepara a entrada de Aimar, a todo o instante.
Dentro deste quadro de inquietação por um lado e calculismo pelo outro, a primeira parte acelerou à entrada, baixou um pouco o ritmo depois de uns dez minutos muito animados e foi caindo, embora nunca abaixo de um nível agradável. Um penálti, nos descontos da primeira parte, teria feito a diferença, se o puxão de Postiga a Yebda não tivesse escapado a Duarte Gomes.
E então, o caso. Ou melhor, a rolha. Quique Flores trouxe uma rolha do intervalo para aquele espaço exacto, entre Miguel Vítor e Sidnei, que Paulo Bento pusera no centro do plano. Uma rolha grega, Katsouranis, que acabou por pesar como chumbo. O Sporting descompôs-se, como se não estivesse preparado para fazer mais nada. É engraçado que, quando o Benfica marcou o seu golo - já bem dentro do período de controlo do jogo -, Derlei estivesse justamente ao lado do quarto árbitro para entrar. Já desorientada por ter perdido aquela lebre que o treinador lhe dera a cheirar com tanta insistência, a equipa do Sporting não conseguiu ganhar nada com Derlei, nem com os seguintes Liedson e Pereirinha. Um aperto final servirá só para alegrar as crónicas. Nessa altura o Benfica ganhava não um, mas dois a zero, da pior maneira: no jogo dos centrais de dezanove anos, o resultado calcificou num lance em que a dupla mais rodada do campeonato - Polga e Tonel - ficou enterrada na relva a ver o quase adolescente Sidnei cabecear. Um soco nos queixos dói sempre mais quando é de baixo para cima e ontem era o caso. Talvez não volte a ser.
Benfica 2-0 Sporting
Estádio da Luz
relvado excelente
60.022 espectadores
Árbitro Duarte Gomes
Assistentes Bertino Miranda e José Lima
4º árbitro Jorge Sousa
Treinador Quique Flores
12 Quim GR 6
14 Maxi Pereira LD 6
28 Miguel Vítor DC 7
27 Sidnei DC 7
25 Jorge Ribeiro LE 5
15 Rúben Amorim MO a int 5
24 Carlos Martins MO 6
26 Yebda MD 7
6 Reyes MO a 75' 8
21 Nuno Gomes AV a 59' 6
7 Cardozo AV 6
-
1 Moreira GR
8 Katsouranis MD d int 7
5 Léo LE
18 Binya MD
20 Di María AE d 75' 4
10 Aimar AV d 59' 6
19 Makukula AV
Golos
[1-0] 67' Reyes[2-0] 72' Sidnei
amarelos nada a assinalar
vermelhos nada a assinalar
Treinador Paulo Bento
1 Rui Patrício GR 5
78 Abel LD a 73' 4
13 Tonel DC 5
4 Polga DC 4
18 Grimi LE 5
24 Miguel Veloso MD 6
26 Rochemback MO 3
28 João Moutinho MO 4
30 Romagnoli MO a 73' 5
20 Djaló AV 4
23 Postiga AV a 68' 5
-
16 Tiago GR
5 Pedro Silva LD
3 Carriço DC
6 Adrien MD
25 Pereirinha MO d 73' 4
11 Derlei AV d 68' 4
31 Liedson AV d 73' 4
amarelos 74' Pereirinha; 87' Grimi; 90' Moutinho
vermelhos nada a assinalar
Lances-chave
Benfica
2' Cardozo responde ao impulso inicial do Sporting com um pontapé de meia-distância para experimentar Rui Patrício.
3' Volta Cardozo, agora com uma grande abertura para Rúben Amorim, que fica com a direita só para ele. Sporting em sarilhos.
13' Cardozo, para outro pontapé. Ao lado.
16' Reyes entusiasma-se e entra em dribles na área do Sporting. Até sair pela linha de fundo.
19' Perfuração de Maxi Pereira, imparável pela direita. Segue-se um cruzamento rasteiro e tenso, a que Nuno Gomes chega, para desviar, desafiando a física, para fora.
24' Sidnei tira, dos pés de Postiga, mais uma insistência pelo meio.
35' Reyes, de recarga, na sobra de um pontapé de canto.
45' Reyes e uma intercepção falhada de Tonel deixam Cardozo sozinho. Veloso corta o cruzamento seguinte, apontado a Nuno Gomes.
45+2' Penálti. Postiga puxa o braço de Yebda na área do Sporting. Duarte Gomes não vê.
51' Dois lances: primeiro Cardozo, na área, controlando a bola e rodando para o remate à meia-volta, que Patrício defende; depois Carlos Martins, de bazuca. Para fora.
72' [2-0] Carlos Martins encarrega-se do livre na direita, Polga e Tonel desencarregam-se de Cardozo, e Sidnei, no poste esquerdo. O brasileiro salta, cabeceia e sai a festejar como louco.
Sporting
1' O Sporting diz ao que vem: Miguel Veloso, com um passe longo, deflagra Djaló entre os centrais do Benfica, facilmente ultrapassados. E Djaló aponta às nuvens quando tinha apenas Quim pela frente.
5' Romagnoli no arremesso de Djaló, outra vez entre os centrais. Não chega à bola.
15' Canto, por Miguel Veloso, na direita. Postiga, incomodado ao segundo poste, cabeceia, em desequilíbrio, para fora, rente ao poste.
21' Quim defende, para canto, um bom remate de Postiga, que fez levantar os adeptos leoninos nas bancadas.
43' Remate forte de Rochemback, na esquina da área, pela esquerda, depois de um passe de calcanhar de Postiga. A bola, perigosa, é desviada para canto.
24' Sidnei tira, dos pés de Postiga, mais uma insistência pelo meio. Na hora certa.
47' João Moutinho, remata em força, de fora da área. Quim defende, mas deixando à bola à mercê de quem chegar primeiro. Um colega, no caso.
50' Desvio alto de Veloso, na área do Benfica.
57' Passe exemplar de Rochemback soltando Moutinho nas costas de Jorge Ribeiro. A jogada perde-se adiante.
82' Bomba de Veloso. Mais força do que perigo.
90+2' Djaló invade a área, em fúria, pela direita. O pontapé violento encontra Quim no caminho que segura o nulo na sua baliza.
O Benfica um a um
Sidnei não tem só pinta de Ricardo Gomes...
SÉRGIO ANDRÉ
Quim 6
Tranquilidade absoluta, excepção feita a um remate de João Moutinho (47'), em que deixou a bola fugir para a frente. As luvas não pesaram e a defesa agradeceu. Desfez todos os lances na sua área de jurisdição, demonstrando que os recentes lapsos já pertencem ao passado. Aos 21', sacudiu bem um remate de Hélder Postiga, aos 49', um de Moutinho, e na parte final do desafio superiorizou-se a Miguel Veloso e Djaló
Maxi Pereira 6
Contou com a preciosa ajuda de Rúben Amorim durante a primeira parte, e isso permitiu-lhe espreitar o ataque em duas ou três ocasiões, com destaque para um lance aos 19' em que deixou Nuno Gomes na cara do golo, mas o avançado não aproveitou. Muito raçudo, meteu sempre o pé, até doer (com lealdade), sempre para ganhar.
Miguel Vítor 7
Quique não gosta de "fazer peito", mas nesta altura tem de dar alguma margem ao jovem central, pois este tem razões mais do que justificadas para andar vaidoso pela portentosa exibição de ontem. Depois de um início complicado com as entradas de rompante de Postiga e Djaló (sempre no limite do fora-de-jogo), foi ganhando confiança, terminando o jogo em grande nível. Ajudou o treinador a subir mais uns pontos no ranking. Afinal, Quique tinha razão na aposta que fez.
Sidnei 7
Diz-se que tem pinta de Ricardo Gomes, mas, decididamente, não é só a pinta... Tal como o colega de sector, sentiu problemas no início perante a velocidade dos homens mais avançados do Sporting, mas rapidamente encontrou a solução para os travar, num misto de garra e classe (sem recurso a muitas faltas), como foi bem visível aos 24' e 29', roubando o ouro a Postiga. Segurou a equipa na primeira parte e deu-lhe tranquilidade com o golpe letal de cabeça.
Jorge Ribeiro 5
O elemento mais tímido da equipa. Ficou quase sempre a meio do caminho... Esteve quase lá, mas... faltou mais qualquer coisa. Tremeu um pouco e não se aventurou nada nos lances ofensivos, mas também a sua prioridade era defender...
Yebda 7
O camisola 26 foi de uma eficácia tremenda, dos poucos que conseguiram anular as investidas do adversário a meio-campo durante a primeira parte. Ganhou claramente o duelo com os médios adversários e ainda serviu bem os companheiros no ataque. Muito forte fisicamente, permitiu alguma liberdade a Carlos Martins.
Carlos Martins 6
Protegeu-se em demasia durante toda a primeira parte, recuando muito no terreno para não ser surpreendido pela rapidez do meio-campo contrário na transposição do jogo para o ataque. Foi mais combativo e lutador do que organizador. Na segunda metade, mudou completamente. Aliás, derivou para o lado direito tornando-se muito mais perigoso frente aos antigos colegas.
Rúben Amorim 5
Muito bem tacticamente. Interpretou na perfeição os princípios básicos do futebol, passando quase sempre bem a bola e compensando com inteligência as subidas dos colegas no terreno. Saiu ao intervalo.
Nuno Gomes 6
Tarefa ingrata, muito difícil. Quase não esteve em jogo durante a primeira parte, mas subiu muito na segunda, tendo criado alguns problemas a Polga e Tonel. Aliás, estava a viver o melhor momento quando foi substituído. Falhou um golo à boca da baliza e poderia estar agora a gozar o estatuto de melhor marcador da equipa nesta altura.
Cardozo 6
É verdade que falhou alguns passes e, em determinados momentos, até pereceu displicente. No entanto, batalhou do primeiro ao último minuto e não virou a cara à luta, suando a camisola.
Katsouranis 7
A sua entrada mudou o jogo. Perdeu o lugar de central, mas poderá ter readquirido a sua posição no meio-campo. O jogo mudou, porque deu outra consistência ao sector intermediário e fechou a zona onde os centrais benfiquistas sentiram mais dificuldades na primeira metade do desafio. O Benfica começou a ganhar aí o jogo.
Aimar 6
Entrou com ganas, tabelou com Reyes para o primeiro golo e mordeu a língua para roubar bolas ao adversário na parte final do desafio.
Di María 4
Escondeu bem a bola.
O Sporting um a um
Só Veloso conseguiu brilhar na Luz
ANTÓNIO BERNARDINO
Rui Patrício 5
Uma primeira parte tranquila, onde raramente foi chamado a intervir, limitando-se a seguir o jogo com atenção. No período complementar teve mais trabalho, mostrando as suas qualidades perante uma bomba de Jorge Ribeiro (47') e um livre de Carlos Martins (70'). Não tem qualquer responsabilidade nos golos de Reyes e Sidnei.
Abel 4
Sentiu algumas dificuldades perante Reyes. O virtuosismo do internacional espanhol deu-lhe muito trabalho e o golo do camisola seis acaba por surgir na sua zona de acção.
Tonel 5
Quase a terminar a primeira parte, teve uma acção menos conseguida sobre Cardozo, falhou o tempo de intercepção, deixando o paraguaio fugir pelo lado direito da área. Um lance que ilustra uma exibição menos conseguida, que melhorou no segundo tempo, mas ainda assim longe daquilo que costuma apresentar.
Polga 4
Foi batido por Sidnei no segundo golo, num lance onde o defesa encarnado nem sequer foi obrigado a saltar. Um erro grave do defesa leonino, na sequência de um pontapé de canto, que acabou por sentenciar a partida. Curiosamente, até então, estava a exibir-se num plano positivo.
Grimi 5
Um início de jogo algo nervoso. Contudo, recompôs-se rapidamente, acabando por ter uma boa actuação. Sóbrio a defender, procurou apoiar o ataque, como aconteceu aos 21', altura em que serviu Postiga, após bom lance individual pelo flanco. Surgiu algumas vezes na zona central do terreno, anulando iniciativas encarnadas. Aos 63', tentou surpreender Quim com um cruzamento "venenoso".
Miguel Veloso 6
O melhor jogador do Sporting no dérbi de ontem. Inteligente a pautar o ritmo do jogo, forte na interpretação das movimentações adversárias, ganhando muitos duelos no meio-campo. A sua visão de jogo e qualidade de passe foram um ponto de referência desde os primeiros instantes, sobressaindo um passe soberbo (2'), que isolou Djaló. Destaque ainda para uma intervenção providencial dentro da área (45'), evitando que um passe de Cardozo encontrasse o pé esquerdo de Nuno Gomes.
Rochemback 3
É um jogador determinante na engrenagem leonina, pelo que, quando actua abaixo das suas capacidades, a equipa ressente-se. O Sporting necessitava de um Rocha autoritário e dinâmico, predicados que lhe vimos a espaços. Demasiado estático, pouco interventivo, acabou por ser uma unidade em sub-rendimento. No lance do golo de Reyes estava perto do espanhol, mas foi demasiado lento a reagir.
João Moutinho 4
Ontem mais adiantado no terreno, o capitão leonino esteve longe de deslumbrar. Não teve muitas oportunidades para armar o jogo, foi menos combativo que o habitual e raramente soube fazer a diferença. A excepção aconteceu aos 49', num movimento da esquerda para o centro, culminado com um remate que Quim defendeu com destreza.
Romagnoli 5
Procurou criar espaços de ruptura no zona defensiva do Benfica, foi dos poucos a tentá-lo, mas nem sempre foi eficaz. Logo no período inicial tem dois lances (4' e 5') em que gerou de-sequilíbrios, mas sem efeitos práticos para o ataque da formação visitante. Foi perdendo clarividência com o passar do tempo, acabando por ser substituído aos 72'.
Yannick Djaló 4
Começou o jogo em alta-voltagem, surgindo na cara de Quim logo aos 2', mas desperdiçou a oportunidade. A sua velocidade criou calafrios a Miguel Vítor e Sidnei na fase inicial, mas as suas acções foram perdendo expressão com o passar dos minutos. Só voltou a dar um ar da sua graça no último minuto, com um remate que Quim defendeu com dificuldades.
Postiga 5
Aposta de Paulo Bento para o onze, fez uma primeira parte de bom nível, lutando muito na frente de ataque verde e branca, o que valeu alguns livres ao Sporting. Aos 15', surgiu bem posicionado ao segundo poste, após canto de Veloso, mas o cabeceamento saiu ao lado da baliza encarnada, evidenciando-se depois, aos 21', com um remate de fora da área, após boa recepção, a que Quim correspondeu com excelente intervenção. No segundo tempo, esteve menos activo e acabou por ser rendido por Derlei.
Derlei 4
Procurou dar mais dinâmica à frente de ataque.
Pereirinha 4
Colocado no lado direito da defesa, no lugar de Abel, tentou imprimir maior velocidade ao flanco, mas não sobraram ocasiões para ameaçar as águias.
Liedson 4
Saúda-se o seu regresso à competição, cinco meses depois do último jogo, tentando assustar os velhos rivais. Faltou-lhe tempo e... serviço de qualidade.
A ESTRELA
Reyes 8
Agora, até têm um trivelas... e explode!
Quique lançou-lhe o desafio, dizendo que ou explode ou estagna, e o jogador espanhol parece decidido a vencer a batalha para, de uma vez por todas, demonstrar todo o seu valor. Não fez um jogo constante, andou pela esquerda e pela direita, movimentou-se bem, tentou defender e, aos 67', viveu o seu grande momento, num remate de trivela, depois de uma tabelinha com Aimar, que só parou no fundo das redes de Patrício. Um lance genial que praticamente decidiu o jogo. Afinal, não é isso que Quique lhe pede?
O Tribunal de O JOGO
Penálti não assinalado mancha dérbi
Embora tenha tido apenas um lance alvo de maior polémica em toda a partida, o desempenho da equipa de arbitragem liderada por Duarte Gomes acabou por acumular vários erros, embora nem todos fossem decisivos. Na opinião do Tribunal d'O JOGO, havia, de facto, lugar à marcação do castigo máximo, punindo falta de Hélder Postiga sobre Yebda, aos 45'+2'. Nos restantes lances, apenas o fora-de-jogo mal assinalado ao avançado do Sporting, Derlei, aos 82', merece a unanimidade do painel de ex-árbitros.
Momento mais complicado 45'+2' Yebda reclama falta de Postiga dentro da área de rigor. Havia motivo para assinalar penálti?
Jorge Coroado
-
Hélder Postiga, com ambas as mãos, puxa o braço direito de Yebda, cometendo falta passível de grande penalidade, e o árbitro, no terreno, pela forma como o jogador do Benfica se movimentou, terá dado a ideia de que era este a apoiar-se no jogador do Sporting.
Rosa Santos
-
Yebda jogou a bola com a mão, mas o que é certo é que foi Hélder Postiga que o puxou pelo braço de forma ostensiva, e por isso deveria ter sido assinalada uma grande penalidade contra o Sporting, e a Hélder Postiga sido exibido o cartão amarelo.
Soares Dias
-
No momento em que o lance ocorre, fiquei com a sensação de que não havia falta, mas, nas imagens televisivas, é possível observar que há falta para grande penalidade. Hélder Postiga agarra Yebda. Talvez o árbitro não estivesse na melhor posição para ver o lance. Mas é uma má decisão.
António Rola
-
Hélder Postiga, de uma forma intencional, puxou o braço de Yebda, impedindo este de jogar a bola. Sendo a falta cometida dentro da grande área, era grande penalidade. Ficou, assim, por sancionar um castigo máximo contra o Sporting.
Outros casos
31'
Um centro de Nuno Gomes a bola bate no braço de Polga. Bola na mão ou mão na bola?
32'
Reyes sofre uma entrada dura de Rochemback. Ficou o cartão amarelo por mostrar?
70'
Numa entrada mais ríspida, João Moutinho faz falta sobre Reyes. Deveria o árbitro ter mostrado cartão amarelo?
82'
Foi correcta a decisão do juiz assistente ao assinalar um fora-de-jogo a Derlei?
Jorge Coroado
-
Polga movimentou o braço esquerdo deliberadamente para alterar a trajectória da bola. Justificava-se o pontapé livre directo e o cartão amarelo, o que não sucedeu.
-
O comportamento de Rochemback sobre Reyes indicava que o árbitro deveria mostrar o cartão amarelo. Tal não sucedeu.
-
João Moutinho foi excessivo na combatividade que colocou no lance e devia ter visto o cartão amarelo. Um jogador que, embora seja correcto, é recorrente neste tipo de lances esta época.
-
Intervenção desajustada do árbitro-assistente, embora se compreenda que a movimentação dos jogadores tenha conduzido ao erro.
Rosa Santos
-
É uma mão claríssima. A bola bate no braço do Polga, e o árbitro deveria ter assinalado falta contra o Sporting. Decisão errada por parte de Duarte Gomes.
+
É uma entrada por trás do Rochemback sobre o Reyes, mas não é merecedora de cartão amarelo. É um lance ríspido, mas dentro das leis de jogo.
-
Era uma falta merecedora de cartão amarelo. João Moutinho não foi admoestado nesse lance, mas acabou por sê-lo mais tarde.
-
Pode-se ver que o Derlei está, no máximo, em linha com o penúltimo defesa do Benfica. Em caso de dúvida, o benefício é de quem ataca.
Soares Dias
+
A bola vai à mão. É o lance característico de bola na mão, e não o inverso e, como tal, não há lugar à marcação de falta. Para além disso, o centro é efectuado a uma curta distância e com alguma força.
+
Rochemback, de facto, faz falta sobre Reyes. Mas, no meu entendimento, não é motivo para que o árbitro tivesse agido disciplinarmente.
+
É uma falta normalíssima. Não havia quaisquer motivos para que o árbitro agisse disciplinarmente sobre João Moutinho.
-
Pelas imagens televisivas, é um fora-de-jogo mal assinalado. Mas é um lance muito rápido, e, assim sendo, dou o benefício da dúvida ao assistente.
António Rola
-
Polga faz um gesto com o braço esquerdo e impede que a bola seja cruzada. Ficou por marcar um livre directo e a exibição do cartão amarelo a Polga. Um lance que estava na área de jurisdição do árbitro assistente.
+
Dado que até essa altura do jogo, o árbitro adoptou um critério largo no aspecto disciplinar, e porque o jogador do Sporting teve intenção de jogar a bola, aceito a decisão.
+
Aqui ainda o árbitro estava com o seu critério bastante alargado no aspecto disciplinar e, porque a falta de João Moutinho não colocou em perigo a integridade física do adversário, aceito que tenha ficado somente pela sanção técnica.
-
No momento do passe, Derlei estava em posição regular. Se o árbitro-assistente deu a indicação de fora-de-jogo neste lance, teve uma má interpretação nas leis do fora-de-jogo.
Antes das considerações tácticas, as matemáticas. O FC Porto ganhou ao Paços de Ferreira, somou três pontos e aproximou-se, ainda que provisoriamente, da liderança, aguardando agora pelo desfecho do dérbi de hoje entre o Sporting e o Benfica para saber exactamente quanto vale a vitória de ontem, em relação aos dois rivais da capital. É um facto que o conseguiu sem grande brilho, mas, no contexto, o resultado era mais importante do que a exibição e o jogo limitou-se a reflectir essa ordem de prioridades, revelando um FC Porto pragmático perante os problemas colocados por um Paços de Ferreira de contenção. Mais do que isso, o jogo de ontem revelou um FC Porto capaz de sobreviver à ausência de Lucho González. E aqui entram as considerações tácticas.
Jesualdo Ferreira tinha prometido mexer com a equipa e fê-lo de forma mais ou menos previsível. Fucile deu a vez a Lino no lado esquerdo da defesa, Farías entrou para a vaga de Mariano, embora ocupando a posição de ponta-de-lança, forçando o desvio de Lisandro para o lado direito. Quanto a Lucho, foi substituído por Tomás Costa no meio-campo, mas acabou por ser Raul Meireles a assumir a batuta que costuma ficar nas mãos do argentino. Foi o médio português a organizar o ataque do FC Porto. Foi ele o responsável pelos passes de rotura que desequilibraram a defesa pacense de um lado e do outro. E também foi ele que surgiu, como Lucho costuma fazer, à entrada da área, à procura dos cruzamentos dos companheiros. Foi precisamente assim que marcou o primeiro golo, em zona frontal, a responder a um cruzamento atrasado de Lisandro López. Tomás Costa, em contrapartida, fez de Raul Meireles, preocupando-se muito mais com a recuperação de jogo a meio-campo do que com o seu destino mais adiante no terreno. E mais adiante no terreno voltaram a surgir problemas. Farías foi uma ausência, justificando a tendência de Lisandro para se deslocar para o miolo, enquanto o voluntarismo de Rodríguez esbarrava de frente contra Ricardo, a maior parte das vezes, ou contra o resto da defesa, nas outras. Um ataque disfuncional que Jesualdo Ferreira resolveu trocando Lisandro e Farías por Candeias e Hulk, enquanto recuava Tomás Costa para lateral-direito e fazia entrar Guarin para o meio-campo. O FC Porto cresceu. Não muito, mas o suficiente para chegar finalmente ao segundo golo e à desejada tranquilidade. Sem Lucho, sem ostentação, mas com segurança.
FC Porto 2-0 Paços de Ferreira
Estádio do dragão
relvado excelente
31.816 espectadores
Árbitro Hugo Miguel (AF Lisboa)
Assistentes Hernâni Fernandes e Ricardo Santos
4º árbitro Augusto Costa
Treinador Jesualdo Ferreira
1 Helton GR 5
21 Sapunaru LD a 56' 5
14 Rolando DC 6
2 Bruno Alves DC 6
15 Lino LE 6
25 Fernando MD 6
20 Tomás Costa MO 6
16 Raul Meireles MO 8
9 Lisandro AD a 70' 5
19 Farías AV a 56' 4
10 Rodriguez AE 6
33 Nuno GR
3 Pedro Emanuel DC
5 Benitez LE
6 Guarín MO d 56' 5
11 Mariano AD
12 Hulk AV d 70' 6
23 Candeias AD d 56' 6
Golos
[1-0] 14' Raul Meireles
[2-0] 73' Hulk
amarelos 49' Raul Meireles
vermelhos Nada a assinalar
Treinador Paulo Sérgio
1 Cássio GR 5
19 Ricardo LD 4
5 Ozéia DC 4
55 Tiago Valente DC 5
15 Josa LE 3
6 Paulo Sousa MD a 74' 6
96 Filipe Anunciação MD 4
8 Pedrinha MD a 74' 5
20 Filipe Gonçalves AD a 45' 4
11 Leandro Tatu AV 3
10 Cristiano AE 5
84 Coelho GR
2 China LD
3 Chico Silva LE d 74' 3
77 Dedé MD
18 Rui Miguel MO d 45' 5
7 Edson AD
9 William AV d 74' 2
amarelos 33' Tiago Valente; 80' Josa; 86' Ozéias
vermelhos Nada a assinalar
Lances-chave
FC Porto
1' Boa iniciativa logo a começar de Rodríguez, pela esquerda, a lançar Lino que cruza para ganhar o primeiro canto da partida.
7' Lisandro ganha ressalto em zona frontal e dispara. Cássio defende para os pés de Farías que não consegue melhor que fazer a recarga contra o corpo do guarda-redes pacense.
7' Remate de Tomás Costa de ressaca, à figura de Cássio.
14' 1-0. Lisandro ganha a bola na luta directa com Tatu no lado direito do ataque do FC Porto e cruza tenso, recuado, para a entrada da área onde surge Raul Meireles a rematar, sem hipóteses de defesa para Cássio.
20' Rodríguez recupera a bola ao meio-campo do Paços, arranca em velocidade e dispara, directamente para fora.
27' Mais uma recuperação no meio-campo, desta feita de Raul Meireles que encontra Lisandro sozinho na área. O argentino prepara o remate e dispara. Muito por cima.
30' Visão de Raul Meireles, a lançar Lino na esquerda. O lateral cruza à procura de Farías, mas a defesa do Paços antecipa-se.
38' Lisandro serve Farías que remata frouxo, permitindo a defesa de Cássio.
58' Centro de Candeias dirigido a Lisandro resulta em canto.
71' Lance de entendimento entre Candeias e Guarin à entrada da área do Paços de Ferreira com o segundo a rematar forte, cruzado, mas directamente para fora.
P. Ferreira
26' Primeiro ataque digno do nome por parte dos visitantes. Cristiano avança pela direita e cruza, tenso, para o desvio de Rolando.
34' Tatu entra na área do FC Porto acompanhado por Bruno Alves e cai. Os pacenses pedem penálti.
42' Pimeiro remate do Paços de Ferreira. Tatu dispara, de longe, à figura de Helton que segura sem problemas.
45' Mais um remate de longe, desta feita de Ricardo. Helton defende para a frente mas a recarga de Cristiano sai directamente para fora.
49' Livre em zona frontal à baliza do FC Porto a castigar uma falta de Sapuranu sobre Cristiano. Ozéia remata forte, mas directamente para fora.
64' Remate cruzado de Pedrinha para defesa complicada de Helton. Canto sem consequências.
O FC Porto um a um
Outro maestro de luxo
CARLOS GOUVEIA
Helton 5
Estava a ser um mero espectador até que, em dois minutos, foi posto à prova: primeiro segurou bem um remate de Tatu e; depois, o melhor que conseguiu foi defender para o lado uma bomba de Ricardo. Provou que estava atento, tal como aos 64', quando desviou um tiro de Pedrinha. Esteve precipitado nas reposições.
Sapunaru 5
Discreto, mas eficiente na marcação a Cristiano, a quem concedeu poucos espaços. Aventurou-se com limitações no ataque, pecando apenas nalguns dos passes.
Rolando 6
Sempre muito atento, anulou por completo Leandro Tatu, aparecendo no sítio certo para efectuar cortes providenciais. O entendimento com Bruno Alves é cada vez melhor.
Bruno Alves 6
O Paços não foi um bom ensaio para o jogo com o Arsenal, porque o trabalho foi quase nulo. Em Londres será, seguramente, obrigado a suar muito mais a camisola. Lisandro e companhia devem dar mais trabalho nos treinos.
Lino 6
Voltou a ganhar pontos na luta pelo lugar, provando ser a melhor solução para este tipo de jogos. Eficiente a defender, não comprometeu, acrescentado profundidade ao jogo com sucessivas investidas pelo flanco e alguns cruzamentos.
Fernando 6
Certinho, está a crescer enquanto jogador e a convencer a plateia, que o escolheu como melhor em campo, mantendo a discrição do seu antecessor, Paulo Assunção.
Tomás Costa 6
Excelente posicionamento táctico, não parou um segundo, quer a anular cedo os ataques pacenses, quer a iniciar os do FC Porto. Um ensaio para Londres? Terminou encostado à direita, onde sentiu algumas dificuldades iniciais de adaptação.
Rodríguez 6
Começou a todo o gás, colocando a defensiva pacense em sentido, sobretudo o lateral Ricardo. Aos 20', quase marcou, numa das boas iniciativas individuais que construiu.
Lisandro 5
Na época passada, só ao Paços fez quatro golos e agora, ao fim de quatro jornadas, continua sem facturar na Liga. Ontem, recordou os primeiros tempos no Dragão ao jogar descaído para a direita, dispondo de duas boas ocasiões. Uma das quais na cara de Cássio. Saiu aos 70', tocado.
Farías 4
Apagado, por vezes trapalhão, acusou a falta de ritmo. Afinal, não jogava há mais de um mês. Dispôs de uma excelente oportunidade para facturar, mas foi incapaz de bater Cássio numa recarga.
Candeias 6
Entrou muito bem, com dois cruzamentos seguidos. Deu profundidade e velocidade ao lado direito.
Guarín 5
Voltou à competição, actuando quase sempre encostado à área do Paços, mas demorou a libertar-se da bola.
Hulk 6
Entrou e marcou, terminando com o nervoso miudinho que começava a impacientar as bancadas, num lance pleno de velocidade e oportunismo.
A ESTRELA
Raul Meireles 8
Caviar para abrir sobremesa a fechar
Na entrevista a O JOGO, Lucho avisou: "Há mais jogadores que comandam a equipa e não recebem o devido reconhecimento". Entre outros, estava a referir-se a Raul Meireles. Sem o capitão no onze, Meireles assumiu o comando e devolveu à equipa as vitórias com um golo soberbo e uma assistência de bandeja para Hulk. Exibição perfeita.
O Tribunal de O JOGO
Equívocos técnicos e disciplinares
O lisboeta Hugo Miguel cometeu vários lapsos técnicos e disciplinares, num jogo até simples de conduzir e que não encerrou casos polémicos. Terá a seu favor, até pela inexistência de lances duvidosos nas áreas de rigor, o facto de não ter influenciado o marcador, mas os pequenos pecados cometidos, também por deficiente sinalética dos seus assistentes - a falta de Lino sobre Cristiano foi cometida nas "barbas" de um assistente -, não lhe permitiram sair airosamente do Dragão, o que seria óptimo para quem deseja progredir
Momento mais complicado 82' Filipe Anunciação comete falta? Impunha-se sanção disciplinar?
Rosa Santos
-
Filipe Anunciação protagoniza entrada violenta sobre o jogador do FC Porto, Raul Meireles, jogando só às pernas do adversário. O infractor deveria ter visto o cartão vermelho. Inexplicavelmente, o árbitro não agiu tecnica e disciplinarmente.
Soares Dias
-
De facto, Filipe Anunciação atinge Raul Meireles no pé de apoio. A falta existe e deveria ter sido assinalada, mas, creio, não existe motivo para uma eventual punição do jogador pacense.
António Rola
-
Não vislumbro qualquer falta. Os dois jogadores tentam, e só, jogar a bola. Anunciação joga à bola, primeiro, e depois, no movimento, atinge o adversário. Bem o árbitro a deixar seguir o lance.
35'
Bruno Alves carrega Leandro Tatu na área portista, em cruzamento de Cristiano?
39'
Fernando interrompe incursão de Cristiano com recurso a falta?
55'
Fernando pára investida de Cristiano. Ficou um cartão por mostrar?
62'
Lino atinge Cristiano nos gémeos. Ficou cartão por exibir ao lateral-esquerdo?
Rosa Santos
+
Bom cruzamento da esquerda, com o jogador do Paços de Ferreira a simular uma falta. Não existiu qualquer infracção, repito, o jogador do FC Porto disputou o lance correctamente.
+
Jogada muito rápida, admitindo que o jogador do FC Porto tenha travado em falta o avançado do Paços de Ferreira. A marcar falta, não se justificaria sanção disciplinar.
+
Fernando faz falta sobre Cristiano, dando a sensação que mete a perna à frente para o travar. A infracção foi, e bem, assinalada e o árbitro ajuizou bem a situação do ponto de vista disciplinar, não actuando.
-
É uma falta cometida por trás, merecedora, portanto, da exibição do cartão amarelo. O juiz-de-campo falhou no capítulo disciplinar.
Soares Dias
+
A imagem nâo é suficientemente esclarecedora. Não é possível ver se há ou não carga por trás. Benefício da dúvida para o árbitro.
+
Não me parece ter havido qualquer falta. O jogador do Paços de Ferreira ficou no chão, com queixas, e admito que tenha sido "tocado". Aceita-se, pois, a leitura do árbitro.
+
A falta existe, foi assinalada e a equipa infractora penalizada com o respectivo livre directo. Não há, todavia, carga perigosa, bem o árbitro ao não exibir o cartão amarelo.
-
O Lino faz falta sobre o Cristiano e tem uma entrada perigosa, colocando em causa a integridade física do adversário. Deveria ter sido admoestado com o cartão amarelo.
António Rola
+
Tanto o jogador do FC Porto como o do Paços tentam disputar a bola. Tatu sente um "toque" e deixa-se cair, à procura daquilo que não existiu: falta.
-
Com o braço direito, Fernando atinge o adversário quando passa à sua frente. Um contacto evitável. Protagonizou conduta antidesportiva, pelo que se justificava penalização técnica e disciplinar. O árbitro errou.
+
Carga pelas costas de Fernando ao avançado pacense, prontamente, e bem, assinalada. Perante o critério adoptado, aceita-se a inexistência disciplinar para o infractor.
-
O Lino fez falta merecedora de cartão amarelo, já que teve uma entrada perigosa sobre o adversário. O árbitro não julgou convenientemente o lance.
‘Onze’ da Jornada - avaliação da ‘Futebolista’ (de 1 a 10): Guarda-Redes – Paiva (Rio Ave) – 8 pontos Defesa – Bruno Mendes (Rio Ave) - 7 Defesa – Miguel Lopes (Rio Ave) – 7
O Benfica estreou-se a ganhar no campeonato e, mais do que isso, em jogos oficiais na presente temporada, depois dos empates com Rio Ave e FC Porto, para a Liga Sagres, e a derrota em Nápoles, para a Taça UEFA. Mas, e ao contrário do que afirmou anteontem, Quique Flores tem mesmo motivos de preocupação. É verdade que já não passam pela diferença pontual, uma vez que ontem seria impossível tirar maior partido em termos matemáticos, tendo os encarnados igualado o FC Porto e limitado a quatro pontos a desvantagem para o Sporting. A questão está, principalmente, nas quebras de concentração que a equipa apresenta ao longo dos 90 minutos e, por conseguinte, na vulnerabilidade a que se expõe. Vulnerabilidade essa que é também o termo ideal para definir a forma como os encarnados encaram as situações de bolas paradas defensivas: ontem voltou a ser exposta esta enorme debilidade, tendo os três golos pacenses surgido em situações deste tipo, somando-se ao que o Benfica havia já sofrido em Vila do Conde, ante o Rio Ave, além do penálti em casa com o FC Porto. Ou seja, todos os tentos sofridos no campeonato! Neste particular, uma referência negativa para Quim, que voltou a falhar numa saída, a que permitiu o golo de Rui Miguel, na altura devolvendo a diferença mínima ao marcador (2-3) e o Paços à discussão dos pontos, com meia hora para jogar.
Entre castigos e opções técnicas, do lado do Benfica foram cinco as alterações em relação ao último onze, com Quique a manter a fidelidade ao seu 4-4-2, a que Paulo Sérgio, depois de vários testes tácticos, respondia com o 4-3-3 típico... de José Mota, ou não entregasse as operações do miolo a Pedrinha e Paulo Sousa, duas peças da "mobília", e as alas à velocidade de Edson e Tatu. Velocidade pelas alas foi algo que criou sempre problemas aos laterais do Benfica. Um deles, Jorge Ribeiro, rendeu Léo com alguma surpresa, a mesma que usou para desferir a bomba que acabaria por render os três pontos ao Benfica. Rendimento elevado foi algo que demonstrou outra das novidades no onze, Nuno Gomes, que esteve nos dois primeiros golos da sua equipa e pareceu encaixar bem no esquema de Quique, que terá de perceber como conferir aos jogadores estabilidade para controlarem os 90 minutos de um jogo - e também resolver esse "pormaior" das bolas paradas.
Ficha de Jogo:
P. Ferreira 3-4 Benfica
Estádio da mata real
Relvado razoável
5500 espectadores
Árbitro bruno paIXÃO (AF setúbal)
Assistentes antónio godinho e paulo ramos
4.º árbitro cosme machado
Paços de Ferreira
Treinador paulo sérgio
24 Bruno Conceição GR 4
19 Ricardo LD 4
5 Ozéia DC 5
55 Tiago Valente DC a INT 4
3 Chico Silva LE 6
96 Filipe Anunciação MD a 70' 5
8 Pedrinha MO 6
6 Paulo Sousa MO 5
7 Edson AD a 80' 5
11 Leandro Tatu AE 6
9 William AV 5
84 Coelho GR
16 Kiko DC
20 Filipe Gonçalves MO d 80' 3
18 Rui Miguel AD d INT 5
10 Cristiano AE d 70' 3
15 Josa AE
28 André Pinto AV
Golos
[1-1] 13' Ozéia [2-3] 63' Rui Miguel
[3-4] 86' William
amarelos 43' Tiago Valente, 54' Filipe Anunciação, 61' Rui Miguel, 90' Tatu
10' Tatu leva a bola desde o meio-campo até à zona intermédia e remata, mas sem nexo.
13' [1-1] Ozéia aproveita um inacreditável alívio (para trás) de Reyes, na sequência de um canto do Paços. Para bater Quim num remate que ainda se desviou em Sidnei.
26' Livre directo de Chico Silva, da zona frontal, que sobrevoa a barreira, mas Quim segura facilmente.
30' Edson remata rente ao poste esquerdo de Quim, aproveitando excelente passe de calcanhar de William.
60' Filipe Anunciação desvia, ao primeiro poste, um livre de Chico Silva, obrigando Quim a excelente defesa.
63' [2-3] Rui Miguel aproveita da melhor forma uma bola largada por Quim, num livre que parece um canto curto do Paços.
72' Remate da zona frontal de Tatu, que Quim defende para a frente, obrigando a defesa encarnada a aliviar de qualquer forma.
86' [3-4] William devolve a diferença mínima ao marcador, após mais um canto de Chico Silva.
90'+4 Ozéia quase mata do coração os benfiquistas presentes na Mata Real, com um remate da zona frontal, na ressaca de um livre bombeado para a área, mas que passa junto ao poste direito de Quim.
Benfica
5' Sidnei emenda sobre a barra, à entrada da pequena área, um livre da meia esquerda batido por Carlos Martins.
7' [1-0] Nuno Gomes abre o marcador, na conclusão de uma bela jogada em que Carlos Martins lança Reyes pelo corredor esquerdo, com este a cruzar para o miolo da área, onde surge o goleador.
12' Jogada igual à do golo, mas desta vez é Reyes que lança Jorge Ribeiro, com o cruzamento a ser aliviado pela defesa pacense.
31' [1-2] Maxi empata numa entrada fulgurante pela direita aproveitando defesa incompleta de Bruno Conceição, após cabeçada muito colocada de Nuno Gomes.
37' Carlos Martins lança Cardozo pela direita, mas o remate do paraguaio, com o pior pé, sai fácil para Bruno Conceição.
41' Reyes, que acorreu pela esquerda, remata em vólei um cruzamento muito longo, da direita, de Rúben Amorim, levando a bola a rasar o poste.
44' [1-3] Cardozo converte o penálti cometido por Tiago Valente, que acorreu a um cruzamento de Rúben Amorim com um braço levantado.
45'+2 Sidnei podia ter marcado, não fosse um alívio sobre a linha de Chico Silva, após um canto.
49' Remate tímido de Cardozo, apesar de ser com o pé esquerdo, isolado por Carlos Martins.
70' Bomba de Carlos Martins, à entrada da área, após assistência de Aimar.
76'[2-4] Jorge Ribeiro intercepta, de cabeça, um passe de Carlos Martins para outro companheiro, arma o pé esquerdo e desfere uma bomba indefensável, que ainda bate no poste esquerdo antes de entrar.
90'+6 Quim evita o empate a quatro numa bela defesa a disparo de Tatu.
O Benfica um a um
De locomotiva até ao primeiro triunfo
MARCO GONÇALVES
Quim 5
Teve uma noite irregular. Mostrou grande segurança numa cabeçada de Filipe Anunciação aos 60', mas pouco depois esteve muito mal, ao largar o esférico para Rui Miguel marcar. Até final, evidenciou alguma intranquilidade, mas acabou por garantir o triunfo, ao defender o remate de Leandro Tatu.
Maxi Pereira 5
Na primeira vez que subiu à área contrária, surgiu no sítio certo e fez o 2-1. De resto, teve um trabalho complicado para segurar Leandro Tatu.
Miguel Vítor 6
Se dúvidas houvesse em relação à sua capacidade, o jovem defesa fez questão de as dissipar, mostrando que Quique Flores pode contar com ele. Foi dono e senhor de quase todos os lances aéreos, exceptuando as bolas paradas, mostrando tranquilidade rara num jogador tão novo.
Sidnei 6
Mostrou também grande serenidade, apenas não escapando ao nervosismo evidenciado por toda a equipa nos últimos minutos, fase em que completou a sua boa actuação com inúmeros cortes. Só lhe faltou mesmo o golo - esteve perto aos 5' e 45'+2' - para premiar a exibição.
Jorge Ribeiro 6
Surpresa no onze, revelou muita garra tentando mostrar argumentos para justificar mais utilização. No entanto, Edson e depois Cristiano causaram-lhe muitos problemas, que compensou com um grande golo, fazendo o 4-2 com um tiraço do meio da rua.
Yebda 7
Fundamental no meio-campo. Tapou os caminhos para a baliza de Quim, pressionando sempre o portador da bola, pecando apenas aos 21', quando ia permitindo que William atirasse com perigo. Graças a uma capacidade física impressionante, que durou toda a partida, pareceu uma autêntica locomotiva pela forma decidida como saía para o ataque - e não foram poucas as vezes.
Carlos Martins 5
Excelente o passe a rasgar a defesa do Paços de Ferreira, descobrindo Reyes sobre a esquerda, no lance do 1-0. A forte pressão imposta pelo meio-campo do conjunto adversário complicou o seu trabalho, e acabou por enrolar demasiado o jogo em várias ocasiões.
Rúben Amorim 6
Procurou sempre ajudar a controlar as operações no miolo do terreno, mas não se ficou por aí e mostrou a sua boa visão de jogo diversas vezes. Como no lance do 2-1, em que descobriu Nuno Gomes isolado nas costas da defesa do Paços de Ferreira. Teve o mérito de arrancar o penálti para o 3-1.
Reyes 5
Esteve no bom e no mau. Aos 7', numa grande arrancada, colocou o esférico na perfeição em Nuno Gomes, mas pouco depois cortou mal a bola à entrada da sua área e permitiu que Ozéia fizesse o empate. Sacrificou-se bastante no pressing, mas pecou também por alguns passes falhados.
Cardozo 5
Teve uma noite difícil, mas voltou a "facturar". Na primeira tentativa, atirou fraco para Bruno Conceição, mas aos 44' fuzilou o guardião do Paços de Ferreira fazendo o 3-1 de grande penalidade.
Aimar 4
Com a sua entrada, a equipa ganhou maior capacidade para segurar o esférico, evidenciando toda a sua qualidade técnica. Jogando longe da baliza, face ao pressing do Paços de Ferreira procurou trocar a bola com os seus companheiros para gerir o tempo de jogo.
Balboa 2
Entrou muito mal. Nunca conseguiu dar o melhor seguimento às jogadas e pecou por algumas faltas que ainda aumentaram o sofrimento da sua equipa.
Di María -
Sem tempo para tocar no esférico.
A ESTRELA
Nuno Gomes 7
Capitão pronto para a batalha faz golos e dá a marcar
Pela primeira vez titular esta época, Nuno Gomes mostrou que não vai facilitar a tarefa de Quique Flores, revelando-se fundamental no triunfo. Depois do golo em Vila do Conde, o capitão benfiquista voltou a marcar no Norte do País, com um excelente remate de primeira a finalizar uma assistência perfeita de Reyes. Nunca parou de correr, tanto à procura de espaços como para defender, participando de forma decisiva no 2-1 cabeceando para defesa incompleta de Bruno Conceição, com Maxi Pereira a surgir a finalizar. Numa altura em que o ataque tem dado problemas - devido a lesões e castigos - a Quique Flores, o camisola 21 mostra estar pronto para a batalha.
O Tribunal de O JOGO
Nuno Gomes "pediu" o vermelho
Para os elementos que compõem o painel do Tribunal de O JOGO, Bruno Paixão teve uma actuação equilibrada, que pecou apenas na exibição do cartão amarelo a Nuno Gomes. O pontapé do capitão encarnado em Filipe Anunciação, ainda que numa disputa da bola, merecia o vermelho. A interpretação feita ao desvio de bola com o braço protagonizado por Tiago Valente na área, e à consequente grande penalidade assinalada, merece nota positiva, bem como o fora-de-jogo assinalado a Sidnei.
Momento mais complicado
55'
Numa disputa, Nuno Gomes pontapeia Filipe Anunciação e só vê cartão amarelo. Decisão acertada?
JORGE COROADO -
Impunha-se a exibição do cartão vermelho e não do amarelo a Nuno Gomes, que pontapeou objectivamente o adversário, praticando conduta violenta.
ROSA SANTOS -
Trata-se de uma agressão a pontapé, que não é passível de ser punida com o cartão amarelo. Ao jogador do Benfica, devia ter sido exibido o cartão vermelho.
SOARES DIAS -
Nuno Gomes não tem qualquer intenção de jogar a bola e dá um pontapé no adversário. Considera-se isso uma agressão. O árbitro, como é muito económico, mostrou o cartão amarelo, mas, em vez do amarelo, justificava-se o vermelho.
ANTÓNIO ROLA +
Antes, houve falta do jogador do Paços de Ferreira sobre Nuno Gomes. Como o árbitro não assinalou, Nuno Gomes procura tirar desforço e pratica jogo perigoso, sendo-lhe exibido o amarelo. Aceito esta sanção disciplinar tendo em consideração o critério adoptado em duas situações anteriores muito similares. Caso o árbitro tivesse sido mais rigoroso, podia ter exibido o vermelho a Nuno Gomes
Outros Casos
18'
É assinalado fora-de-jogo a Sidnei, após um livre de Reyes. Correcta a decisão?
42'
É assinalada grande penalidade na tentativa de corte de Tiago Valente. Decisão correcta?
80'
Cardozo queixa-se após um toque de Paulo Sousa. O árbitro nada assinala. Esteve bem?
90'+6'
É assinalada falta de Balboa sobre Tatu, sem exibição do amarelo. Correcta a decisão?
Jorge Coroado
+
Fora-de-jogo devidamente assinalado pelo árbitro-assistente, já que Sidnei se encontrava adiantado em relação ao penúltimo defensor, quando o seu colega lhe endossou o esférico.
+
A decisão do árbitro afigura-se acertada e apropriada à falta cometida pelo jogador pacense, que, com o braço direito, travou a trajectória da bola cometendo infracção para grande penalidade. O cartão amarelo exibido impunha-se.
+
Foi uma disputa normal da bola em que o contacto físico sucedeu, porém foi próprio do futebol e sem necessidade de intervenção do árbitro.
-
Balboa, batido pelo repentismo do adversário, com o braço esquerdo trava-lhe o movimento cometendo comportamento antidesportivo que justificava o amarelo.
Rosa Santos
+
Não existem quaisquer dúvidas da posição irregular em que Sidnei se encontrava.
+
Não há dúvidas de que é grande penalidade. O jogador do Paços de Ferreira pode não ter tido intenção, mas cortou o cruzamento com o braço. Como tal... O amarelo também é bem mostrado.
+
Não houve motivo para ser assinalada qualquer infracção. Tratou-se de um lance normal que o árbitro ajuizou bem.
+
O árbitro assinalou e bem a infracção cometida pelo jogador do Benfica. O amarelo também não se justificava.
Soares Dias
+
Decisão correcta do assistente, que se limitou a levantar a bandeirola, porque, quando a bola é passada a Sidnei, este está em fora-de-jogo.
+
Não há dúvidas de que o jogador do Paços de Ferreira intercepta a bola com o braço. Como foi na área, há motivos para o árbitro ter agido como agiu. Esteve bem.
+
Não há qualquer falta sobre Cardozo. Este sente um pequeno toque e deixa-se cair, talvez já cansado e desgastado pelo jogo, que foi muito competitivo. Esteve bem o árbitro em deixar seguir.
+
Balboa fez falta, e o árbitro assinalou-a e bem. Balboa, em vez de jogar a bola, foi às pernas do adversário, pelo que a decisão se aceita.
António Rola
+
Quando da marcação do livre, Sidnei está em posição regular, mas esta sofre um desvio num companheiro. Nesse momento, já Sidnei está em fora-de-jogo. Esteve bem o assistente a indicar a infracção.
+
O jogador do Paços de Ferreira, com o braço direito, joga a bola e altera a trajectória desta. Bem o árbitro ao assinalar a grande penalidade, advertindo o jogador infractor e mostrando-lhe o amarelo.
+
O que se pode verificar pelas imagens da televisão é que o jogador do Paços de Ferreira tenta disputar a bola e dá um toque nas costas de Cardozo, mas sem que se justifique motivo para qualquer sanção disciplinar.
+
Balboa faz falta sobre o adversário, mas sem motivo para qualquer sanção disciplinar. Bem o árbitro ao punir somente tecnicamente o jogador.